segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Assim como no amor, a amizade nem sempre é um mar de rosas. Tudo muda com o tempo, também a amizade. Não necessariamente para pior, não necessariamente para melhor. Muda, apenas. Pode até manter-se igual mas com o tempo, a amizade e o amor mudam. E ninguém se apercebe de tal mudança. É o tempo, a distância. São as palavras ditas e sobretudo as não ditas. São pormenores que mudam. Crescemos. E a amizade? E o amor? Crescerão connosco? Deviam. Devia ser um crescimento proporcional onde um aumento de 2 anos correspondesse a um aumento de 2 na escala da amizade ou amor. Devia ser um gráfico, com a linha recta, aumentando proporcionalmente. Um gráfico básico para as crianças que o aprendem. Mas não é, nada proporcional. Nós crescemos e esses sentimentos estacionam, regridem ou talvez, com sorte, aumentem. Sorte, digo eu. Não há sorte e azar quando se fala nestes sentimentos. Digam-me: é sorte encontrarem um rapaz que vos seja fiel a vida toda? Ou será que foram vocês que lutaram por ele? Digam-me: é sorte encontrarem a mulher que seja a perfeita mãe dos vossos filhos? Se não batalhassem por ela, a sorte traria-vos essa mulher na mesma? E o melhor amigo, o vosso suporte, o vosso porto seguro? Foi azar ele ter partido mais cedo? Foi sorte ele estar presente nos últimos cincos? Não, não há sorte ou azar quando se trata de sentimentos como amizade e amor.
João, sabia tudo isto. Como uma melodia na sua cabeça. João sabia que não foi o azar que lhe tirou o amor que todos os outros viam. João sabia que não foi a sorte que fez a verdadeira mulher da vida dele ficar ao seu lado, todos aqueles anos. João sabia que era dele meia culpa. Sabia também que não estava sozinho num caminho errado e por isso, tinha a noçao de não se culpar por inteiro. Fazia parte de João, ele sabia. O azar e a sorte, são apenas duas palavras. Apenas duas palavras, não pensem que elas comandam a vossa vida. João, sabia essa situação das apenas duas palavras. E ensinaria ao filho, quando ele lhe contasse que a sorte o acompanhou na escola. Não será a sorte, será a sabedoria. João, já sabia.

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