terça-feira, 31 de maio de 2011

Há uma coisa ou duas que todos devíamos saber sobre "mudança". Primeiro, nenhuma é definitiva. Tudo o que seja relativo a mudança é algo variável, não permanece nunca. Hoje mudamos, daqui a algum tempo seremos capazes de mudar a anterior mudança.

Algo que também deveríamos saber sobre essa coisinha é que nenhuma mudança é necessariamente boa ou má. Nem tão pouco deveríamos pensar demasiado nos efeitos, nas consequências. Óbvio que algo nos força a tomar decisões, a mudar. Mas, quando essas mudanças são voluntárias, para quê pensar demasiado se deveríamos ser assim ou de outra forma? Sabemos que a mudança é necessária... portanto isso deveria ser suficiente!


Contudo, em vez de agirmos dessa forma, pesamos os prós e os contras, o que as pessoas poderão pensar disto ou daquilo. Preocupamo-nos demasiado com o mundo, em vez de, pela primeira vez na vida, pensarmos em nós próprios. E, assim, caímos no inevitável: mudanças infrutíferas. Daquelas que não interessam a ninguém, muito menos a nós.


Então, o que fazer? Pensar menos, sentir mais. Ser muito, muito mais! E disso, todos somos capazes. Apenas temos de nos abrir a um novo mundo que desconhecíamos... E se há medo de algo, é disso mesmo: do desconhecido. Mas a beleza do desconhecido.. recompensa sempre o esforço.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Após vários meses a reflectir, sim, meses, a questão tinha, finalmente, ganho uma resposta. Tentativas falhadas aconteceram durante esses longos meses porque a dúvida persistia sempre. Mas, agora, tinha certezas do que devia fazer. Divórcio. Era a melhor solução para ele e para a esposa. E, pensando durante longos meses, chegou à conclusão que também seria o melhor para o filho. Perguntam vocês como pode ele pensar isso mas sim, pode. Porque a criança ia crescer num seio familiar nada familiar. Ia crescer numa família que não é família. Onde o pai se vira para um lado e a mãe para outro. Isso não é o melhor para uma criança. Então, a decisão estava tomada. 
A esposa não aceitava o divórcio, como era de esperar. Ele tentou mostrar o seu ponto de vista, razoavelmente consciente de que se avizinhariam tempo difíceis para ambos. Durante a conversa, tentou mostrar-lhe que era preferível acabarem agora com o casamento do que mais tarde. Ele nunca a tinha traído mas a vontade para estar com outras mulheres (uma especificamente) sempre foi enorme. Para quê esconder uma mentira que nada de mal trazia para o casamento que já estava estragado? Após esta confissão, a mulher suspeitou da traição e demorou muitos dos minutos da conversa para ficar convencida de que ele nunca a traiu. O que achas que vão pensar disto? Vão olhar todos para nós de uma forma estranha. E o Gabriel, como achas que ele vai crescer com pais separados? Eram as questões da esposa. Naquele momento, ele ficou fraco e não soube responder a nenhuma delas. Alguns dias depois falaram novamente. Ele teve respostas e ela telefonou para o advogado para começar a tratar dos papéis. 

domingo, 29 de maio de 2011

Acende um cigarro. Puxa o ar, sente a morte disfarçada de prazer a roubar-te o que mais precioso tens, segundo após segundo. Sente-te bem, sente-te enganado mas, por favor, não te sintas mal. Já não és uma daquelas crianças inocentes que roubam o cigarro ao pai ou ao irmão para ver "porque é que eles fazem aquilo".

Esforço mental. Agora, faz de conta que o cigarro não representa o cigarro mas sim a mentira. Tenta fazer a associação entre morte e prazer. Conseguiste? Então, agora, pensa... porque é que as pessoas mentem? Estará no seu código genético o gene da mentira, do engano? Não sei... Mas sim, é certo: todos mentimos. Uns mais do que os outros. Contudo, poucos admitem as suas mentiras e pedem perdão por elas. Penso que aí se situa a elegância de cada um de nós: em admitir os nossos erros e, por muito tarde que pareça, tentar corrigir, um após o outro.

Algo que nos marca também é a capacidade de julgamento do ser humano. É fantástico, é assustador! Desde sempre que aplicamos julgamento uns nos outros, é tarde para mudar. Mas, julgamento por mentiras... vejamos, todos mentimos, não é? Então, qual o direito de julgar alguém pelas suas mentiras se nós também o fazemos? Claro, "as nossas não são tão graves", pensamos. "Aquela mentira magoou-me".

Somos ignorantes e crentes em não pensar: "Todas as minhas mentiras também magoam os outros... por isso devo ser compreensivo e amigo".

Qualidades que faltam nesta bola gigante: compreensão e verdadeira amizade. Defeitos que já nos deixam a exasperar? Fácil, infelizmente: hipocrisia, egoísmo, ignorância.

E, assim, continuamos a caminhar...

sábado, 28 de maio de 2011

Todos os dias, há um medo que te atinge o corpo. Como se fosse uma flecha lançada pelos antigos caçadores que andavam no bosques. Como nos filmes que víamos na nossa infância. Há alguém, com uma pontaria exacta, que te capta e te atinge. Há, um medo, que te atinge. E essa flecha é esse medo. Ela penetra na tua pele e vai tirando-te as forças todas. Mas tens de ser forte. Tens de amarrar na madeira que constitui essa flecha, fechar os olhos e puxa-la. Tens de arrancá-la do teu corpo, para sobreviveres. Com o medo, é a mesma coisa. Não o podes amarrar porque não é físico. Mas podes tirá-lo de ti. Não deixes que te consuma, fortemente, cada milímetro da tua pele. Tens de ser forte e arrancar o medo de ti. Como o fazes? Só tu tens a resposta.
Nós não temos de ser sempre fortes. Dizem que ser desistir não é ser fraco. Concordo. Mas não temos de perder as forças por causa de um medo. Porque há sempre um medo. Todos os dias, um medo nos atinge o corpo. Mas temos uma força superior. Tens essa força, também. Só tens de a trazer à superfície. Só tens de pensar em ti, e ser mais forte que esses medos absurdos que nos invadem o coração. 

Um conselho? Gosta de ti e verás que todos os medos, serão fracos para o teu organismo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Visualizas a tua vida? Porquê? Como? Com quem?


Esquece as perguntas. Deixa de procurar respostas. Vive, intensamente, cada minuto dela. Ama os que te amam. Ignora os que te odeiam. Reconcilia-te com quem amavas e não te quer amar. Perdoa, não esqueças. Brinca, não abuses. Abusa, não exageres. Vê o verde e o amarelo. Vê o branco e o preto. Vê o que gostas. Ouve o que gostas. Faz o que gostas.

Namora. Não te chateies com quem namoras. Chateia-te e resolve tudo o que deve ser resolvido. Chateia-te e separa-te. Esquece. Deixa de amar, aos poucos. Não tentes tirar tempo da tua vida. Ela já é demasiado curta...

Apaixona-te pela beleza de alguém. A interior. Não te deixes enganar por aparências.. Não respondas a perguntas que não deves.

Ama, sorri, vive.

Não desistas, apaixona-te novamente. Sê amigo/a, sê... feliz :)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Estava com ela todos os dias. T-o-d-o-s os dias. Era exaustivo. Ouvi-la e não ser correcto tocar-lhe. Cumprimenta-la e não ser correcto abraça-la. Ele não queria isso. Não mais. Não aguentava o acelerar do coração sempre que os olhares se cruzavam. E custava ainda mais quando, no seu pensamento, sabia que tudo o que ele sentia era reciproco. Todas as dúvidas surgiam naqueles momentos. Porque não teve coragem para acabar o namoro. Porque foi ignorante a ponto de não perceber que a gravidez apenas serviu para o prender. Estava cansado. Deixou de se conhecer. O único ser humano que lhe dava, naquele momento da sua vida, um pequeno mas enorme sentido tinha apenas um ano de vida. A pessoa que queria que o conhecesse, melhor do que ninguém, ainda só o conhece pelo cheiro e pela voz. Exaustão. Está a atingir o culminar de tudo o que lhe condena o coração. Todos os erros, todas as maus conselhos que seguiu. Está a culminar num sentimento de ódio. Ódio não pela esposa que engravidou por necessidade de o prender. Ódio não pela mulher que amava que não o soube ver a verdade. Ódio por ele próprio. Ódio porque não soube ouvir o coração, ódio porque não soube se conhecer quando assim o devia ter feito. Está tudo a culminar em algo que ele não desejava. Mas há alguém que o merece conhecer. Ele não o irá proibir disso. Não será, ainda, que o abismo o vai "engolir".

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Não quero mais ninguém! Não não e não!!! Estou exausto do final das contas… Nada parece compensar o sofrimento final. Se o entretanto é bom? Pode ser que sim… Mas o término é a pior coisa do mundo. Sabes quando te sentes prestes a eclodir e nada te pode salvar? Nada! Nem aquilo que normalmente te faz sentir as melhores coisas do mundo. A música que consideravas fantástica, que te dava tudo o que necessitavas? É, nesse momento, similar aquela que te fazia sentir deprimido/a, até te pode fazer sentir pior porque esperavas algo como uma epifania de amor e alegria.
                O abismo é o teu único destino e enganas-te menino/a se achas que podes sair daí facilmente. Esperam-te os piores momentos da tua vida. Achas que a morte de alguém que significava o mundo para ti foi algo quase insuportável de viver? Então, bem-vindo a um novo nível de sofrimento. Agora trata-se de alguém com quem estás vinte e quatro horas por dia. Tu. E, no fim, é isso que realmente importa. A tua pessoa e quem te ajuda a ser aquele/a que tu gostas…

terça-feira, 24 de maio de 2011

Ele precisava de um pouco de cor na sua vida. Perguntou por um raio de sol, que lhe invadisse o olhar. Mas ninguém lhe respondeu sobre o possível paradeiro desse raio. Percorrendo todos os caminhos que conhecia, naquela pacata vila, procurou a tão desejada cor. Nada lhe surgia. Deitou-se na relva ainda molhada, daquele jardim colorido. Uma gota molhou-lhe o rosto. Seria estranho chover com aquela temperatura então fingiu que nada aconteceu e fechou os olhos. Imaginava o raio de Sol, tocando-lhe de leve a pele e deixando uma marca suave no peito. Novamente, uma gota caiu sobre o seu olho. Antes de ter tempo de a limpar, logo outra lhe acariciou a mão. Aos poucos, o Sol foi surgindo no céu ao mesmo tempo que a chuva começava a cair. Então, surgiu a tão desejada cor que ele precisava. Sentado ainda sobre a relva, observava o céu com um brilho diferente no olhar. Arco-íris, algo tão simples. Mas, para ele, naquele dia, era o melhor que podia ver. Uma cor seguia a outra e ele deliciava-se olhando-as. Liberdade, era isso que aquelas seis cores significavam para ele. Ao vermelho relacionava o pequeno bebé que estava em casa, esperando-o. E, relacionar algo do seu passado com o laranja era um "trabalho" fascinante que ele tentou fazer durante 10 minutos. E assim sucessivamente, porque cada cor lhe lembrava algo de si. Levantou-se e dirigiu-se para casa, com o cabelo cheio de pequenas gotas. 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Todos nós somos assombrados pela ideia da monotonia. Só de imaginar uma vida repleta de aborrecimento, o nosso estômago dá voltas e voltas enquanto o nosso cérebro desespera. Mal nos apercebemos que quem mais sofre com isso é o nosso coração e, ao mesmo tempo, o coração daqueles que nos querem bem.
Patetice extrema, esta de magoar quem mais gosta de nós. Enganamo-nos e lentamente deslizamos rumo à solidão… Mas não será isso que ambicionamos? Todas as acções ajudam a dar novo passo (às vezes até tropeçamos porque tentamos dar muitos de uma vez só!) rumo a essa triste e escura realidade: a solidão.
Felizmente, aqueles que nos amam têm por hábito salvar-nos dessa imensidão negra e trazer-nos de volta à luz, à felicidade. Ao verde, ao azul, ao vermelho, ao amarelo. A todas as cores que dão sentido à nossa vida. Nunca deveríamos caminhar em direcção ao preto mas… demasiado branco poderia ser um erro também…
Entrou no escritório escuro. Delicadamente, dirigiu-se ao candeeiro que se encontrava na mesa e acendeu-o. Abriu a mesa do xadrez e preparou tudo, silenciosamente. Começou o jogo, sozinho. Uma perícia em todos os passos que dava com as peças. O olhar penetrava em cada peça. A rainha ainda não se tinha movido. Sozinho, fez um jogo incrível. E, finalmente, sorriu porque terminou com uma vitória, impossível de não a ter. Arrumou tudo, deixando o escritório cheio da escuridão inicial. Bateu a porta e dirigiu-se para o quarto. Na cama, já dormindo, estava a mulher com quem casou. Não a mulher que amava mas a mulher com quem trocou os votos. Vendo-a tão sossegada, fechou a porta e caminhou para o quarto ao lado. Decidiu pernoitar nesse quarto para não incomodar a esposa. Dormiu duas horas e acordou com o doce e comum beijo da mulher. Desceram para tomar o pequeno-almoço. E começou mais um dia rotineiro. Mais um dia insuportavelmente chato para ele. Apenas mais um dia…