terça-feira, 24 de maio de 2011

Ele precisava de um pouco de cor na sua vida. Perguntou por um raio de sol, que lhe invadisse o olhar. Mas ninguém lhe respondeu sobre o possível paradeiro desse raio. Percorrendo todos os caminhos que conhecia, naquela pacata vila, procurou a tão desejada cor. Nada lhe surgia. Deitou-se na relva ainda molhada, daquele jardim colorido. Uma gota molhou-lhe o rosto. Seria estranho chover com aquela temperatura então fingiu que nada aconteceu e fechou os olhos. Imaginava o raio de Sol, tocando-lhe de leve a pele e deixando uma marca suave no peito. Novamente, uma gota caiu sobre o seu olho. Antes de ter tempo de a limpar, logo outra lhe acariciou a mão. Aos poucos, o Sol foi surgindo no céu ao mesmo tempo que a chuva começava a cair. Então, surgiu a tão desejada cor que ele precisava. Sentado ainda sobre a relva, observava o céu com um brilho diferente no olhar. Arco-íris, algo tão simples. Mas, para ele, naquele dia, era o melhor que podia ver. Uma cor seguia a outra e ele deliciava-se olhando-as. Liberdade, era isso que aquelas seis cores significavam para ele. Ao vermelho relacionava o pequeno bebé que estava em casa, esperando-o. E, relacionar algo do seu passado com o laranja era um "trabalho" fascinante que ele tentou fazer durante 10 minutos. E assim sucessivamente, porque cada cor lhe lembrava algo de si. Levantou-se e dirigiu-se para casa, com o cabelo cheio de pequenas gotas. 

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