domingo, 29 de maio de 2011

Acende um cigarro. Puxa o ar, sente a morte disfarçada de prazer a roubar-te o que mais precioso tens, segundo após segundo. Sente-te bem, sente-te enganado mas, por favor, não te sintas mal. Já não és uma daquelas crianças inocentes que roubam o cigarro ao pai ou ao irmão para ver "porque é que eles fazem aquilo".

Esforço mental. Agora, faz de conta que o cigarro não representa o cigarro mas sim a mentira. Tenta fazer a associação entre morte e prazer. Conseguiste? Então, agora, pensa... porque é que as pessoas mentem? Estará no seu código genético o gene da mentira, do engano? Não sei... Mas sim, é certo: todos mentimos. Uns mais do que os outros. Contudo, poucos admitem as suas mentiras e pedem perdão por elas. Penso que aí se situa a elegância de cada um de nós: em admitir os nossos erros e, por muito tarde que pareça, tentar corrigir, um após o outro.

Algo que nos marca também é a capacidade de julgamento do ser humano. É fantástico, é assustador! Desde sempre que aplicamos julgamento uns nos outros, é tarde para mudar. Mas, julgamento por mentiras... vejamos, todos mentimos, não é? Então, qual o direito de julgar alguém pelas suas mentiras se nós também o fazemos? Claro, "as nossas não são tão graves", pensamos. "Aquela mentira magoou-me".

Somos ignorantes e crentes em não pensar: "Todas as minhas mentiras também magoam os outros... por isso devo ser compreensivo e amigo".

Qualidades que faltam nesta bola gigante: compreensão e verdadeira amizade. Defeitos que já nos deixam a exasperar? Fácil, infelizmente: hipocrisia, egoísmo, ignorância.

E, assim, continuamos a caminhar...

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