quarta-feira, 8 de junho de 2011

Nunca se sentiu tão livre como agora. Apesar de dedicar todas as suas noites a tentar saber algo do filho, ele tinha agora uma liberdade fantástica. Era o comum solteiro na casa dos 20. Ainda jovem, ainda muito para aprender. E, ao mesmo tempo, já com muito vivido. Era simples e básico. Não pretendia ter uma relação agora com a sua eterna amada. Não. Achava que estavam destinados a estar juntos e, até agora, tudo lhe indicava que sim. Mais dois meses, menos dois meses, pensava João. Estava a aprender o conceito de liberdade, há muito tempo esquecido. Estava a aprender a viver. Não que não o tivesse feito desde que casou mas não viveu da forma que quis. Era tempo de ser apenas mais um comum homem na sociedade. Mais um ser simples e banal. Era tempo de ser mais um rapaz de barba grande. Apenas ser o comum entre o vulgar e passar despercebido se na rua se cruzarem com ele dezenas de pessoas. Era tempo de soltar gargalhadas altas, de correr riscos (sem pôr em perigo a vida, por causa do pequeno Gabriel). 
Dizem que ser comum não é bom. Dizem que nos devemos destacar. Dizem que temos de ter uma característica tipicamente nossa. Dizem que devemos ser tudo menos vulgares. Neste momento, João quer apenas ser comum e vulgar.

Sem comentários:

Enviar um comentário