sábado, 4 de junho de 2011

Sofrer por amizade é algo vulgar. Tentar proteger um amigo é uma obrigação... senão não chamaríamos outrem de amigo mas sim de conhecido. Continuamos a caminhar pela rua da amargura enquanto vemos a pessoa a magoar-se, a cometer o mesmo erro pela centésima vez. Aconselhamos: muda, não repitas isso. Contudo, a teimosia é forte e o orgulho é inexpugnável. E, assim, ele/ela volta a cair.

Outra obrigação é a de estarmos lá quando a queda acontece. Lágrimas escorrem violentamente nas faces em que pomos sorrisos. Arrepiamo-nos e, eventualmente, choramos também: por amizade. Tudo parece já não ter sentido algum e, com muita tristeza mas, ao mesmo tempo, com muita força e perseverança, tentamos erguer o que já só quer ficar deitado, inerte.

Uma vez mais, conseguimos trazer o amigo de volta. Contudo, a teimosia e o orgulho continuam vivos e, curiosamente, mesmo depois de semanas de sofrimento, apenas aumentaram, fazendo com que a próxima queda seja inevitável e, infelizmente, ainda mais complicada de recuperar.

A pergunta natural seria a de o que fazer quando reerguer a pessoa já é uma tarefa impossível. No entanto, não há resposta para isso. A pessoa que amamos como amiga nunca mais voltará e resta-nos aceitar o novo amigo que temos. Sim, porque nós sabemos o que é amizade. É algo que pouco se vê mas é alto que muito se sente.

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